2D tenho muito esta dúvida que você falou. Veja, estou lendo muitos tópicos aqui no fórum para entender mais sobre o assunto. E, embora ainda não tenha um repertório de conhecimento para argumentar qualquer coisa que seja sobre este assunto, me permita talvez a insistência em querer compartilhar algo: percebi que nós assexuais somos muito voláteis em nossa identidade/estado assexuais, deixa eu explicar melhor. Percebi em relatos aqui que muitos estão ainda em fase de definição de sua personalidade assexual. Alguns oscilam entre o romantismo e o arromantismo por exemplo, justificando ser mais um estado de momento do que algo engessado em sua personalidade - por dizerem
estar romântico ou arromântico, outros também (não é meu caso mas entendo como sendo naturalmente humano) passeia em um estado de héteroromantico ou homorromantico - numa espécie de "birromantismo" em construção ou até mesmo indefinido (talvez para sempre), mais ainda, alguns naquela situação de não saberem se são demisexual ou gray-a...
No meu caso por exemplo - já peço desculpas se eu estiver bagunçando os termos e definições - nem sei quem sou. Só o que me vem é uma quase certeza de que sou assexual mesmo (no sentido que extrapola a etimologia da palavra). Pois nunca procurei um relacionamento pela conveniência do sexo, sempre idealizei um relacionamento PRINCIPALMENTE e me arrisco a dizer
/unicamente/ pela afinidade, digo, do ser enquanto manifestação privada e/ou social. Assim, quero dizer que o mais importante para mim em um relacionamento é a companhia, como você bem citou "compartilhar as coisas legais da vida". Seja em momentos de esporte (caminhas, corridas, andar de bicicleta...), lazer (cinema, passear no parque, assistir a uma peça de teatro, assistir a orquestra sinfônica, dançar...), dias de descanso (passar tardes chuvosas assistindo sessão da tarde, tomar sorvete em dias ensolarados...).
Amo as coisas que o Lipe fala, me acho incrivelmente parecido com ele. Não me vejam como stalker, ok? :P É que o ato da leitura aqui no fórum, que é construído por meio de manifestações de ideias, nos fazem, necessariamente, conhecer os respectivos donos destas mesmas ideias. Nada de pânico
:
[quote="Lipe de Freitas"]Acho que acima do que for (namoro, amizade, colorida, o que for). O que deveria ser procurado são relacionamentos francos, sexo não válida nada, em primeiro lugar.[quote]
Ou seja, acho que relacionamentos são construídos principalmente sob esta ideia de franqueza e cumplicidade "sexo não valida nada"! Voltando a filigrana de pensamento que estou tentando transmitir. Gostaria de dizer que me sinto ainda indefinido. Acho que sou heteroromântico, porque idealizo um relacionamento com outra assesexual - ratifico isto por todas as coisas que citei acima. Mas tem um lado em mim, muito franco até, de não ser uma pessoa que que toma iniciativas (iniciais, tipo flerte) para começar um relacionamento, talvez eu seja mais a pessoa que vai construir e manter no, dia-após-dia, do que começar um relacionamento. Sou mais de cuidar do jardim do que ir a caça às borboletas, não que eu não ache elas lindas
. Poucas vezes tomo a iniciativa da aproximação. Fato que me desperta a ideia de que sou arromantico. Gostei da definição da Lara em outro tópico atrás, ela disse em
estar arromantica e é bem possível que possa ser isto também. Vou citar mais a frente sobre (o ser humano e sua transformação que tende a ser constante).
Enfim, acho a assexualidade muito complexa...
Entrando
agora no assunto especificamente e considerando todas estas variáves citadas, me vem sempre o questionamento de como seria um casal assexual enquanto família - como construção de um espaço a dois até cogitando filhos, não sei... Visto que somos seres em "metamorfose ambulante", citando o Raul, que estamos em constante evolução e transformação. Fico pensando o como a temática família é complexa pro assexual? Imagino que no
devir do dia-a-dia as coisas parecem mais fácil, e talvez seja mesmo! Pois se há afinidades, é certo que haverá comprometimento e poucas discordâncias. Mas não é um assunto fácil, né?! Considerando a questão do autoconhecimento e, a partir disto, o voltar-se para relacionamentos (românticos) ou não (arromanticos)
Talvez 2D, a resposta a este questionamento seria o motor de arranque de muitos namoros/paqueras/amizades-coloridas/casamentos assexuais.
Ah! Se alguém quiser comentar fique a vontade, direcionei pro 2D como uma forma de crédito a sua ideia. Já até tentei resgatar um tópico lá atrás sobre este assunto, mas não gerou interesse, fato que compreendo.