Entre quatro paredes cada um faz o que quer certo? Bem… mas também pode ser sem parede nenhuma, na praia por exemplo… tem gente que não se importa com a areia. Por outro lado, há quem aprecie um pouco mais de privacidade, mas não ligue tanto assim para o conforto; nesse caso, uma barraca já vira cenário! Há ainda, quem goste de variar a questão das paredes e curta experimentar o lance na cozinha, na varanda, na sala de jantar, no banheiro da balada.
Todas essas ponderações fazem a gente encaminhar os pensamentos para um único ponto: sexo! Ou vai me dizer que você imaginou as cenas acima como a descrição de um jogo de dominó… Ahã! Me engana que eu gosto!
Acontece que, com relação à sexualidade, a maioria das pessoas é alossexual – não, isso não quer dizer que a galera curte sexo por telefone -, embora essa também não seja uma má ideia para algumas pessoas ou momentos da vida.
Os alossexuais compõem a maior parcela da humanidade e representam aqueles ou aquelas que sentem desejo sexual a partir de estímulos dos mais diversos: nudes, toques, filmes; sem necessidade de interações mais específicas com o parceiro, ou parceira, ou parceiros, ou parceiras.
O alossexual ao sentir-se estimulado, tem vontade de estar fisicamente com a outra pessoa – o que não necessariamente quer dizer que vá transar com ela -; muitas vezes pode só rolar uns beijos e carícias, mas é tudo pela questão da atração física mesmo. E essa postura sexual pode aparecer com a mesma frequência entre heterossexuais, homossexuais ou bissexuais. Esse grupo de pessoas entende que o envolvimento sexual não depende necessariamente de ligações afetivas.
No outro polo oposto da curva residem os assexuais, essa é a turma que não sente falta ou necessidade de sexo, ou de contatos físicos de natureza sexual com outras pessoas. O assexual pode até vir a se encantar por alguém, ou até mesmo se apaixonar, mas não sente tesão. E, não, isso não é uma doença, tampouco um desvio ou uma triste condição. É apenas um jeito de funcionar em relação à própria sexualidade. E, também neste caso, independe da orientação sexual.
O fato é que, mesmo que não nos demos conta disso, vivemos imersos numa cultura alossexual. A maioria das pessoas crê de verdade que o sexo é indispensável e que se alguém não tem necessidade dele, ou não dê conta de praticá-lo, está condenado a uma vida incompleta; e isso não é absolutamente uma verdade. Lembra da questão das quatro paredes?! Ora, há milhões de outras coisas para se fazer na vida além de sexo! Ou não?
E como tudo o que diz respeito à natureza humana é extremamente complexo, porque é que iria ser diferente com a nossa sexualidade? Em verdade, ela é tão intrincada que há entre os dois opostos – alossexuais e assexuais – um grupo considerável de pessoas que funcionam de forma muito mais específica em relação à sua libido: os demissexuais.
O demissexual só sentirá atração por outra pessoa se rolar desse encontro algo mais orgânico e ligado aos sentimentos do que uma simples atração física. É, também, aquele ou aquela que precisa gostar ou amar o parceiro para que seja estimulado o seu desejo. É… mas não exclusivamente. Pode acontecer de um demissexual sentir atração por um amigo, com o qual sinta-se à vontade, ou pelo qual tenha algum tipo de admiração ou vínculo afetivo.
Ser demissexual, numa cultura tão carnal como a nossa, não é tarefa fácil. Muitas pessoas desse grupo, em momentos da vida como a adolescência, por exemplo, no qual há uma efervescência da libido, manifesta e esperada pelos pares, sentem-se estranhas e desconfortáveis.
O demissexual nunca vai “pegar geral”, não vai “ficar” por ficar, não vai procurar sexo casual, simplesmente porque em sua natureza, essa não é uma necessidade. A demissexualidade pressupõe que para haver sexo tem de haver conexão. O desejo nasce de uma ligação anterior, que nada tem a ver com beleza ou porte físico. Há outras coisas envolvidas e que permeiam a sexualidade; o desejo nasce de um conjunto de estímulos afetivos e amorosos; amorosos, não, românticos.
E sabe de uma coisa, ninguém tem nada com isso. Se você é alo, demi ou assexual a questão é sua! E de mais ninguém! A gente precisa começar a entender que a diferença entre nós é a única permanência até o fim dos tempos. E em qualquer uma das inúmeras nuances que envolvem a nossa sexualidade, afetividade ou jeito de estar no mundo, cada um de nós merece respeito. Respeito e liberdade para sermos o que somos, e não o que esperam que a gente seja!
Por Ana Macarini
Todas essas ponderações fazem a gente encaminhar os pensamentos para um único ponto: sexo! Ou vai me dizer que você imaginou as cenas acima como a descrição de um jogo de dominó… Ahã! Me engana que eu gosto!
Acontece que, com relação à sexualidade, a maioria das pessoas é alossexual – não, isso não quer dizer que a galera curte sexo por telefone -, embora essa também não seja uma má ideia para algumas pessoas ou momentos da vida.
Os alossexuais compõem a maior parcela da humanidade e representam aqueles ou aquelas que sentem desejo sexual a partir de estímulos dos mais diversos: nudes, toques, filmes; sem necessidade de interações mais específicas com o parceiro, ou parceira, ou parceiros, ou parceiras.
O alossexual ao sentir-se estimulado, tem vontade de estar fisicamente com a outra pessoa – o que não necessariamente quer dizer que vá transar com ela -; muitas vezes pode só rolar uns beijos e carícias, mas é tudo pela questão da atração física mesmo. E essa postura sexual pode aparecer com a mesma frequência entre heterossexuais, homossexuais ou bissexuais. Esse grupo de pessoas entende que o envolvimento sexual não depende necessariamente de ligações afetivas.
No outro polo oposto da curva residem os assexuais, essa é a turma que não sente falta ou necessidade de sexo, ou de contatos físicos de natureza sexual com outras pessoas. O assexual pode até vir a se encantar por alguém, ou até mesmo se apaixonar, mas não sente tesão. E, não, isso não é uma doença, tampouco um desvio ou uma triste condição. É apenas um jeito de funcionar em relação à própria sexualidade. E, também neste caso, independe da orientação sexual.
O fato é que, mesmo que não nos demos conta disso, vivemos imersos numa cultura alossexual. A maioria das pessoas crê de verdade que o sexo é indispensável e que se alguém não tem necessidade dele, ou não dê conta de praticá-lo, está condenado a uma vida incompleta; e isso não é absolutamente uma verdade. Lembra da questão das quatro paredes?! Ora, há milhões de outras coisas para se fazer na vida além de sexo! Ou não?
E como tudo o que diz respeito à natureza humana é extremamente complexo, porque é que iria ser diferente com a nossa sexualidade? Em verdade, ela é tão intrincada que há entre os dois opostos – alossexuais e assexuais – um grupo considerável de pessoas que funcionam de forma muito mais específica em relação à sua libido: os demissexuais.
O demissexual só sentirá atração por outra pessoa se rolar desse encontro algo mais orgânico e ligado aos sentimentos do que uma simples atração física. É, também, aquele ou aquela que precisa gostar ou amar o parceiro para que seja estimulado o seu desejo. É… mas não exclusivamente. Pode acontecer de um demissexual sentir atração por um amigo, com o qual sinta-se à vontade, ou pelo qual tenha algum tipo de admiração ou vínculo afetivo.
Ser demissexual, numa cultura tão carnal como a nossa, não é tarefa fácil. Muitas pessoas desse grupo, em momentos da vida como a adolescência, por exemplo, no qual há uma efervescência da libido, manifesta e esperada pelos pares, sentem-se estranhas e desconfortáveis.
O demissexual nunca vai “pegar geral”, não vai “ficar” por ficar, não vai procurar sexo casual, simplesmente porque em sua natureza, essa não é uma necessidade. A demissexualidade pressupõe que para haver sexo tem de haver conexão. O desejo nasce de uma ligação anterior, que nada tem a ver com beleza ou porte físico. Há outras coisas envolvidas e que permeiam a sexualidade; o desejo nasce de um conjunto de estímulos afetivos e amorosos; amorosos, não, românticos.
E sabe de uma coisa, ninguém tem nada com isso. Se você é alo, demi ou assexual a questão é sua! E de mais ninguém! A gente precisa começar a entender que a diferença entre nós é a única permanência até o fim dos tempos. E em qualquer uma das inúmeras nuances que envolvem a nossa sexualidade, afetividade ou jeito de estar no mundo, cada um de nós merece respeito. Respeito e liberdade para sermos o que somos, e não o que esperam que a gente seja!
Por Ana Macarini