Rosângela escreveu: Bom, se não há uma definição exata romantismo é aquilo que eu entendo que seja, que você entende que seja, etc.
No fim pode ser um universo de tudo o que foi falado, carinho, atenção, cuidados, carícias...
Persefone escreveu: Uma palavra mais especifica para tentarmos nos espessar melhor na tentativa de responder a pergunta inicial: “Romantismo sem sexo é possível ???”
Ta!
Nunca tinha visto a coisa por este lado, sempre percebi as caricias, a atenção e o carinho do ato sexual como algo mais malicioso, mais intencional, a estimular e proporcionar um prazer muito direcionado ao ato sexual em si, e ao prazer sexual propriamente dito.
O romantismo ao qual me refiro é aquele do carinho no rosto, abraço afetuoso , da conversa atenciosa, de partilhar opiniões e percepções, da disposição de estar com a outra pessoa pelo simples prazer de estarem juntas, sem cobranças ou pressões, sem segundas intenções.
Desculpe-me o excesso de “romantismo” , ingenuidade ou a visão pouco objetiva da coisa, Júlio mas é inevitável, ao menos para mim. Nunca tive interesse por sexo, mas nunca deixei de desejar ter um relacionamento assim... , digamos... romântico? Você pode me questionar novamente se este relacionamento não é o mesmo que o maternal e o de irmãos? Então vamos ficar neste ciclo vicioso porque as palavras sejam elas termos puros ou termos técnicos , elas sempre são imperfeitas e limitadas para expressar a complexidade das relações e dos sentimentos que somos capazes de experimentar.
Mas que bom que existem pessoas que enxergam as coisas de outro jeito né? Obrigado pela oportunidade de pensar sobre outra perspectiva.
Bem garotas... deixem-me esclarecer duas coisas: (1) o problema do termo ROMANTISMO está na falta de uma definição. Não havendo uma definição cada um pode interpretar da sua maneira. Se cada um interpretando da sua maneira nenhuma resposta será válida.
E (2) eu não estou "brigando" com vocês, isso é, não estou dizendo que seu pensamento está errado. Estou apenas fazendo perguntas.
Mas o que penso sobre o assunto?
A pergunta foi aparentemente simples: "É possível romantismo sem sexo?"
Até hoje já questionei dezenas de pessoas em busca de uma resposta clara sobre o que é Romantismo. E o número de definições é tão grande que não consigo definir nada. Não encontrei um ponto central.
Ser romântico pode ser qualquer coisa.
Até algum tempo atrás eu entendia o romantismo em três perspectivas que normalmente estavam interligadas: (1) Romantismo como profundo estado relacional de confiança, afeto e amor em geral, (2 )habilidade de provocar emoções agradáveis, (3) como forma de interação (toques, carícias, etc) e (4) Romantismo como comportamento.
Logo quando percebi que era assexual eu me identifiquei com pessoas que se definiam como arromânticas. Na verdade eu me identifiquei especificamente com a perspectivas de algumas dessas pessoas sobre o amor e os relacionamentos. Algo que até hoje admiro e acredito. Mas ao mesmo tempo acabei absorvendo outros aspectos. Então entendi que eu não tinha interesse por nenhuma das perspectivas que apontei acima sobre o romantismo.
Até que certo ponto o primeiro aspecto começou a se desconstruir. Naturalmente conheci pessoas que eu não imaginei que existiam. E nosso relacionamento foi se desenvolvendo cada vez mais... até o ponto que eu sentia que era algo realmente profundo e intenso. Nada supercial como "só amigos"... era muito mais do que os modelos de amizade estabelecidos.
Paralela e naturalmente as emoções agradáveis também vinham com o pacote. E assim se desconstruiu a 2ª perspectiva.
Um pouco depois percebi que minha resistência a afetividade estava baseada em preconceitos - como se toda foma de afetividade fosse sexual. Além do mais essa auto-restrição prejudicava meus relacionamentos. Já que eu deixava de expressar muito do que sentia (afetividade é expressão).
Então aos poucos fui desenvolvendo minha expressão emocional (afetividade). E isso melhorou ainda mais meus relacionamentos. E assim se foi outra perspectiva sobre o que era romantismo.
Então eu poderia pensar que na verdade eu sou romântico... mas aí entra última perspectiva, o comportamento.
Romantismo como um comportamento é algo que eu não consigo definir. Mas eu consigo ainda sentir.
Os aspectos que consigo "apalpar" não são agradáveis de ouvir por quem se define como romântico.
Na verdade eu não considero o romantismo como um comportamento saudável. A GRANDE maioria entende que só poderá amar e ser amado, receber e dar carinho, fazer parte da vida de alguém, ter alguém do seu lado, etc... dentro das perspectivas românticas... eu hoje sei que não é assim. Muito pelo contrário.
O meu melhor relacionamento hoje é com uma garota que diverge completamente dos aspectos do romantismo como comportamento. E meu relacionamento mais conturbado é com uma garota que se dizia completamente romântica, apesar dos meus esforços em tentar contornar todos os aspectos negativos do romantismo nela.
Um aspecto que até pouco tempo atrás eu havia simplesmente ignorado é o que as pessoas chamam de
paixão. Para algumas pessoas a paixão surge espontaneamente, para outras se constrói e por aí vai. Mas para muita gente a paixão é fundamental dentro de um relacionamento romântico formal (namoro, casamento, etc).
Eu por muito tempo acreditei que a paixão existia. Escrevi muito sobre isso no site. Mas com o desenvolvimento dos meus relacionamentos e conversando com as pessoas sobre isso tenho chego hoje ao questionamento.
Eu não me sinto apaixonado dentro do que as pessoas chamam de paixão. Eu não perco meu juízo, nem nada relacionado. Pelo contrário... posso viver emoções intensas, dormir pensando em alguém, etc. mas nada disso está fora do meu controle, tudo sou eu, em plana consciência e coerência.
Enfim... ainda poderemos falar muito mais sobre isso.
Espero que tenham entendido o que quis dizer. E gostaria de lembrar que não tenho o objetivo de ferir ninguém. Tudo que escrevo é com o objetivo de fazer as pessoas pensarem.